Aula Inaugural do Mestrado em Letras - Turma 2019!


O programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Letras – Mestrado em Letras, realizou no dia 29 de março do ano corrente a aula inaugural da turma 2019, com a participação do público acadêmico e demais interessados que estiveram presentes. A aula foi ministrada pelo Prof. Dr. André Monteiro Guimarães Dias da Universidade Federal de Juiz de Fora e contou ainda com palestras com o vice-coordenador Prof. Dr. José Henrique de Paula Borralho.

O Centro Acadêmico dos Cursos de Letras - UBUNTU - CALU esteve presente e aproveitou para bater um papo com a coordenadora da Pós-Graduação, Profa. Dra. Andréa Teresa Martins Lobato e alguns dos novos mestrandos.

Foto: Profa. Dra. Andréa Teresa Martins Lobato
Como tem sido ser coordenadora do projeto da pós-graduação de teoria literária ?

"Olha, ser coordenadora da pós-graduação é sempre um grande paradoxo, porque é de um enorme prazer estar nesse lugar de buscar pesquisa, de debruçar, principalmente a pesquisa de um campo - a qual possui como objeto de escapa a literatura - que tem lances completamente desvanecidos, metodologicamente falando. Sendo assim, é algo que nos leva a muita leitura e sempre a incertezas. Produção acadêmica no Brasil, de uma forma geral, é complicada porque a gente não tem uma tradição na produção acadêmica, pois demanda tempo e maturidade. E na verdade, a gente acaba tendo que desenvolver outras atividades que são bastante complicadas. Então, como estudiosa e acadêmica, para mim é uma delícia, mas ao mesmo tempo estar nessa posição de coordenação é muito difícil. No entanto, eu acho que é uma prestação de serviços minha, que sou funcionária pública, tive oportunidade fazer mestrado e doutorado em uma instituição pública, acho que é uma prestação de serviço trabalhar em prol de uma pós-graduação que fomenta pesquisa já na graduação."

Na palestra você falou sobre os desafios da avaliação dos cursos de letras. Como é estar à frente disso, representar uma instituição, e quais são as perspectivas para os cursos?

"Na verdade, a avaliação a qual eu estava me referindo é a avaliação da pós-graduação. Quanto ao curso de Letras da UEMA, a gente tem que repensar e passar realmente por uma autoavaliação e verificar o que está acontecendo. Eu sou professora da graduação também, fomento pesquisa, tenho projeto de iniciação científica, estou a frente de um grupo de estudos, tentando melhorar, na medida que me é possível a graduação. 

Na pós-graduação a gente tem toda uma dinâmica numérica de escalas, por exemplo: o professor tem que ser produtivo sempre, pois o que conta no currículo do professor do corpo docente de um mestrado ou doutorado é o que ele fez nos últimos três anos. Isso significa dizer que devemos estar em produção constante, o tempo todo. Ao lado disso existe uma qualificação mínima do que é publicado, não pode ser qualquer produto. Então, em um artigo acadêmico, por exemplo, tem que ser publicado no periódico qualis, que é definido como uma série de critérios pela CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), então só conta ponto até B1, então temos que publicar em A1, A2 ou B1. B2 não conta. Livros não é em qualquer editora, posso simplesmente resolver que eu vou publicar um livro?! Posso! Mas essa pontuação é menor. Dessa forma, a pontuação maior é só se estiver um conselho editorial. Isso é óbvio que é ótimo, porque a busca pela qualidade desse produto vai reverberar em uma qualidade do próprio docente, do pesquisador nessa dinâmica do estudo. Então, assim, tem todo esse critério, mas ao mesmo tempo tem todas as atividades que a gente tem que fazer. Então, eu me sinto, às vezes, como coordenadora, não tristemente, acho que esse é o meu papel, agora, nesse lugar, é como se eu estivesse equilibrando vários pratos ao mesmo tempo e buscando cada vez mais a melhoria. Nossa meta nesse ano de 2019 é cada vez mais atuar junto com a graduação."

Contando um pouco sobre a nova turma, a coordenadora mostrou-se extremamente orgulhosa: 
 
"Inclusive existem vários alunos que saíram da graduação direto para a pós-graduação, aqui na UEMA mesmo. Sim, isso é algo que está me deixando extremamente orgulhosa. Nesta turma foram selecionados três alunos que coloram grau em Agosto. Mas esses três alunos têm um perfil diferenciado, pois participaram de iniciação científica, por mais de um ciclo. Para além disso, nós temos mais de 50% da turma são de egressos da UEMA, do continente e da casa. Então, isso nos deixa muito felizes, pelo aluno potencial que estamos colocando no mundo. Por isso que eu acho que a gente tem que ter uma forma de ver o que aconteceu (com a recente avaliação/conceito) porque veja como fica paradoxal: como um curso que foi avaliado baixo pode ter um retorno tão grande no processo seletivo que é tão rigoroso? Inclusive os dois primeiros lugares foram o Magno (Jonas Magno Lopes Amorim) e o Luís (Luis Henrique Pereira da Silva). 

Você percebe? Então precisa ser pensando junto, alunos, professores e administração superior da UEMA, o que aconteceu, porque uma coisa não retrata a outra. Fico muito feliz também que já quase 40% deles já estão em doutoramento, em outras instituições, inclusive em Portugal e todos colocados no mercado de trabalho. Todos os nossos esforços, os cabelinhos brancos que crescem na cabeça, as angústias... elas são, não pagas - Se não a gente vai falar do modelo capitalista - mas assim, é um retorno maravilhoso, sinal que a gente tá realmente fazendo alguma diferença, se é que isso é possível."

Quais são os projetos, em si, de conectar a graduação com a pós?

"Então, a ideia é que a gente consiga esse âmbito, além da aula inaugural, trabalhar ainda dois eventos em que a graduação possa participar. Como eu falei hoje na abertura, nós estamos fazendo parcerias em três eventos - que não vão acontecer em São Luís - mas que tem uma dimensão bem grande. Os três eventos vão acontecer bem próximo daqui. Bom, estamos participando do Enael  da UEMA, em Caxias. Nós estamos participando, fazemos parte da organização. 

Temos uma jornada nacional, que vai acontecer ainda esse semestre em Timon e em agosto nós participaremos, juntamente com as pós-graduações da UESP e UFIP, lá em Teresina, com um evento internacional, trazendo uma professora portuguesa, mas ainda temos um ou dois franceses que devem estar vindo. E isso é algo que nos deixa super felizes!! Queremos contar com a presença de todos os nossos alunos. E estou tentando organizar uma forma em que o grupo de estudos que eu coordeno, por exemplo, possa angariar mais alunos da graduação e possa contar com a participação dos nossos alunos, que estão fazendo mestrado, nos debates. No caso, eu vou exclusivamente só coordenar, mas quem vai tomar conta disso são os alunos da graduação juntamente com os alunos do mestrado."

Jonas Magno Lopes Amorim, graduado no curso de Letras com habilitação em Língua Portuguesa, Língua Inglesa e suas respectivas Literaturas, contou um pouco sobre essa nova experiência como mestrando:

Foto: Jonas Magno Lopes Amorim
"Olha, sobre esse lance da experiência de ser mestrando ainda é um processo muito recente, estamos ainda em fase inicial, apenas com algumas semanas de aula, embora já tenham nos dado uma noção do que vai ser o mestrado (do ponto de partida até o ponto final): muita produção de material, muitas leituras de teorias, obras literárias e afins, tudo isso tendo em vista a qualificação e a dissertação que deve ser apresentada no final do processo.

O legal é que essa vivência inicial do mestrado já nos muda completamente, porque certas leituras nos exigem algumas posturas diferenciadas, leituras que quebram paradigmas os quais já estamos acostumados e nos levam a uma tomada de consciência enquanto leitor e indivíduo que inicia o percurso cheio das certezas.


No mais, é uma satisfação pessoal (sem falsa modéstia) ter terminado a graduação e conseguir ser aprovado em um processo de seleção muito criterioso, o que mostra que é possível alcançar o que a gente quer (e isso não é uma propaganda motivacional risos), desde que se acredite e se dedique também. No mais, sinto uma alegria imensa em ter saído lá do interior (Pinheiro), cursado Letras e feito as amizades e parcerias que fiz no Palácio das Letras, o lugar que foi a minha casa na graduação e que continuará sendo nesse período do mestrado."

O novo mestrando em Letras, Luis Henrique Pereira da Silva, graduado em Letras com habilitação em Língua Portuguesa, Língua Inglesa e suas respectivas Literaturas, também deixou sua contribuição: 

Foto: Luis Henrique Pereira da Silva
"Bom, para mim, o primeiro grande barato é o fato de ter sido aprovado no seletivo do Mestrado tão logo recebi o grau de Licenciado em Letras. As minhas experiências com a pesquisa durante os anos de PIBIC (Programa de Iniciação Científica) despertaram em mim um compromisso para com a Literatura que vai se estreitar ainda mais nessa nova jornada. Agora é o momento de ampliar ainda mais os meus conhecimentos, tecer fio a fio essa tessitura que faz as malhas das letras, perceber o entrelugar no qual a Literatura se coloca e se desconstrói, se refaz e assim continuamente. É também um momento para contribuir e compartilhar experiências junto aos estudantes da graduação, que ainda estão decidindo os caminhos que trilharão, se sob o chão da Linguística ou pelo universo da Literatura. O que eu espero, enquanto aluno do Programa de Pós-Graduação em Letras, é exatamente isso: partilhar, multiplicar e levar adiante aquilo que a Literatura me traz enquanto vivência, enquanto leitura de mundo e enquanto pesquisa, inovação e desenvolvimento cognitivo."


Foto: Acadêmicos dos Cursos de Letras da UEMA

Foto: Palestra com a Coordenadora do Mestrado, Profa. Dra. Andrea Lobato

Foto: Palestra com a Coordenadora do Mestrado, Profa. Dra. Andrea Lobato

Foto: Uma das orientadoras de projetos, Prof.ª Drª Maria Iranilde de Almeida Costa, fala sobre sua experiência

Foto: Acadêmicos dos Cursos de Letras e Mestrandos da UEMA


Foto: Prof. Dr. André Monteiro Guimarães Dias da Universidade Federal de Juiz de Fora  e o vice-coordenador Prof. Dr. José Henrique de Paula Borralho.




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